Não e difícil ligar o rádio no nordeste e reconhecer um som característico da região, antes de qualquer coisa é interessante mostrar que o Baião é uma raiz cultural da região que o grande poeta Luiz Gonzaga retrata o êxodo rural em tempos de seca e na época que o desenvolvimento regional era extremamente desacelerado, dentro desta cena, amores perdidos e saudades da terra são mostradas em forma de poemas e através da música.
O que na verdade ouve-se nas rádios hoje não é exatamente o que podemos chamar de música regional. O famoso “forró metalizado” vem assombrando os ouvidos de muitos, obras com influências do baião e xaxado acrescentado o saxofone, bateria, teclado e cantores desentonados. Verdadeiros Plágios (arranjos, notas e músicas) de grandes sucessos americanos e até mesmo de clássicos da musica popular brasileira, tudo isso transformado em letras sem conteúdo cultural, com refrões repetitivos que em sua maioria induzem a libertinagem. As produções dos CD’s ao vivo são de qualidade questionável e a cada verso é chamado o nome de um patrocinador, sem comentar os nomes que batizam suas bandas. Estamos vivendo uma americanização mal feita da música regional, uma fábrica poderosa da mídia que influencia financeiramente as rádios locais a inserir esse conteúdo de mau gosto nos ouvidos das classes mais alienadas conquistando a cada dia mais adeptos.
Deixo alguns questionamentos para encerrar o post:
Será que podemos falar de cultura quando se expõe um trabalho nessas condições?
Seria justo grandes compositores serem “atropelados” pela fábrica da mídia?
É correto afirmar que a ausência de políticas públicas na área cultural leva os menos favorecidos a alienação?